Primeiro destino turístico mundial em número de pessoas recebidas, a França (território metropolitano e ultramarino) recebeu, em 2001, 76,5 milhões de turistas internacionais, ou seja mais de 10% do volume mundial. Paisagens e sítios históricos muito variados, um rico patrimônio arquitetônico e gastronômico, um parque hoteleiro diversificado e uma bem desenvolvida infra-estrutura de transportes. Esses trunfos possibilitaram o alcance dessa posição, com a contribuição de eventos esportivos e culturais de alcance internacional (Copa do Mundo de Futebol em 1998, grandes festivais de teatro, de música e de cinema em Avignon, Aix-en-Provence e Cannes, por exemplo).
A economia relativa ao turismo representa 7% da riqueza nacional e é um setor chave da economia francesa. Por essa razão, o governo central e as administrações locais participam juntos da definição e da aplicação de uma política para o turismo empregando nesse setor um grande volume de recursos.
Dados
A França é o primeiro destino turístico em número de turistas internacionais, seguida dos Estados Unidos e da Espanha: 76,5 milhões de turistas foram recebidos na França em 2001, ou 1,3% a mais que em 2000 (em 1990, foram recebidos 52 milhões de turistas).
Setor responsável pelo maior superávit da balança de transações correntes da França com o exterior: 12,4 bilhões de euros em 2001.
734.600 empregos assalariados nos hotéis, cafés e restaurantes em 2001, 2 milhões de empregos diretos e indiretos.
7% do produto Interno Bruto (PIB).
215.000 empresas (hotéis, parques temáticos, operadores de tours turísticos, restaurantes, etc.) dos quais 94% possuem menos de 10 empregados.
Fonte: Secretaria de Estado para o Turismo.
A temporada turística de 2001
Após os atentados de 11 de setembro de 2001, a atividade turística teve seu ritmo reduzido em todo o mundo. Em 2001, os franceses, que efetuam 90% de seus passeios turísticos na França, deram preferência à proximidade (as viagens ao exterior caíram 3,1%). As estadas aumentaram 2,9% em 2001. Entre estas, as estadas curtas em casa de amigos e familiares aumentaram 3%. O balanço das atividades das empresas turísticas é contrastante: as agências de viagem tiveram um ano difícil, assim como os transportes aéreos e os hotéis; as estradas de ferro e a hotelaria ao ar livre (camping) tiveram uma boa temporada. Os estabelecimentos de alto nível, especializados na recepção a turistas estrangeiros, principalmente americanos e japoneses, sofreram particularmente no último trimestre de 2001. O início do ano 2001 e a temporada de verão, entretanto, foram excelentes.
O reequilíbrio territorial do turismo
A atividade turística está distribuída de maneira desigual pelo território francês: a metade dos empregos assalariados ligados ao turismo está concentrada atualmente em três regiões francesas (Ile-de-France, Rhône-Alpes, Provence-Alpes-Côte-d’Azur). Os lugares mais visitados variam pouco: 12 milhões de visitantes para o parque Disneylândia Paris, mais de 6 milhões para a Torre Eiffel e o Museu do Louvre, mais de 5 milhões para o Centro Georges Pompidou (dados de 2000). Poderes públicos e profissionais da área esforçam-se para reequilibrar os fluxos turísticos entre as regiões e distribuí-los por todo o ano. O "Turismo Verde" (hospedagem em fazendas e sítios), por exemplo, que permite a valorização da diversidade das regiões rurais francesas, tem o apoio do poder público, assim como a diversificação da oferta turística no litoral ou na montanha. Novas formas de turismo, como o turismo urbano ou o turismo temático (cultural, fluvial, industrial, etc.) também vêm se desenvolvendo.
Para concretizar essa intenção de distribuir melhor os fluxos turísticos, são assinados contratos entre o Estado e as coletividades territoriais (municípios), como os contratos de planejamento Estado-Região e, nas regiões de montanhas, as convenções inter-regionais de maciços. A título de exemplo, a convenção inter-regional do maciço do Jura prevê o estímulo ao turismo industrial, a renovação dos centros de alojamentos turísticos coletivos de caráter associativo, etc.
Órgãos regionais e locais
Os sindicatos de iniciativa e escritórios de turismo: essas estruturas locais somam 3.600 ao todo. Seu porte e profissionalismo dependem do volume de visitas à comuna onde se situam. Eles oferecem serviços aos turistas como a disponibilidade dos alojamentos, as visitas guiadas, documentação, etc.
Seu orçamento global é de aproximadamente 33 milhões de euros.
Os comitês departamentais de turismo (CDT): os 97 CDTs empregam 1.700 pessoas e dispõem de um orçamento de 137,20 milhões de euros para 2002. Sua função é promover seu departamento, principalmente na França, e elaborar para os conselhos gerais os "esquemas departamentais de desenvolvimento turístico".
Os comitês regionais de turismo (CRTs): 25 CRTs encarregam-se da promoção de sua região em níveis nacional e internacional. Eles fazem o planejamento do desenvolvimento turístico e estimulam o desenvolvimento dos circuitos regionais.
Emprego e formação
Em 2001, enquanto o emprego assalariado aumentava 2,3% de maneira geral, o emprego assalariado nos hotéis, cafés e restaurantes aumentou 2,7%, confirmando o dinamismo do setor turístico. Mas, a metade dos empregos desse setor são sazonais e, portanto, pouco atraentes. Uma penúria de mão de obra afeta, principalmente, o setor de hotéis e restaurantes, onde há um déficit de 100.000 empregos.
Existem, na França, 900 estabelecimentos de formação para profissionais de turismo, hotelaria e do ramo de restaurantes nas mais variadas funções: garçons, cozinheiros, gerentes de hotel, etc. Essas qualificações são confirmadas por diplomas do Estado de todos os níveis. Os novos serviços desenvolvidos no âmbito dos "empregos para jovens" contam também com medidas para profissionalizar e perenizar suas funções: criador de "produtos de baixa temporada" (estadas temáticas que ocorrem fora da alta estação), de turismo social (viagens acessíveis aos portadores de necessidades especiais), guarda do litoral, etc. A melhora das condições de trabalho e de acolhimento dos trabalhadores sazonais deverá contribuir também para melhorar a imagem dessas profissões.
A qualidade da oferta
Além da profissionalização dos empregos, as empresas turísticas (restaurantes, hospedagem, lazer, etc.) e os escritórios de turismo são estimulados a tomar medidas de normatização, classificação (atribuição de estrelas aos escritórios de turismo, de acordo com a amplitude de suas horas de abertura, etc), e até de certificação. As medidas regulamentares em matéria de higiene e segurança são objeto de controles regulares da administração. Além disso, os poderes públicos dão especial importância à qualidade da recepção: uma campanha nacional intitulada "Bonjour", voltada para os profissionais e o grande público, vem sendo promovida todos os anos há oito anos. Além disso, foram criadas, em julho de 2001, três missões com o objetivo de reabilitar o parque imobiliário litorâneo nas regiões de Aquitânia, Norte-Pas-de-Calais e Languedoc-Roussillon.
A Campanha "Bonjour" em 2002
A promoção internacional
A promoção da França no exterior está apoiada em uma estrutura perene. Um grupo de interesse econômico, a Maison de la France (ver quadro), é encarregado dessa missão. A utilização das tecnologias da informação e da comunicação também foi estimulada. Assim, o servidor de reservas on-line RésinFrance (www.resinfrance.fr) contribui para reforçar a divulgação em nível mundial da oferta turística francesa.
Os aspectos sociais
Desde 1936, os assalariados franceses dispõem legalmente de férias remuneradas pelas empresas (cinco semanas de descanso remunerado por ano desde 1982). A redução do tempo de trabalho para 35 horas semanais para a maior parte dos assalariados também gerou a multiplicação das oportunidades de desfrutar de temporadas curtas ou de consumo de lazer.
Em 2000, 64,4% dos franceses saíram de férias (estadas de quatro dias e mais). Se alguns franceses renunciam às férias, geralmente o fazem por razões financeiras.
Várias disposições foram desenvolvidas para que o "direito às férias" fosse concretizado para todos:
o cheque de férias: criada em 1982, a Agência Nacional dos Cheques de Férias coloca à disposição dos assalariados de renda baixa o "cheque de férias", que lhes permite ter acesso a uma temporada turística e a uma série de atividades culturais e de lazer. O cheque de férias é comprado pelo empregado por uma pequena parcela de seu valor e é aceito pelos estabelecimentos de turismo: hotéis, restaurantes, etc. 5,6 milhões de pessoas utilizaram esse dispositivo em 2001 e 65 milhões de títulos foram emitidos. O acesso ao dispositivo do cheque de férias foi estendido às pequenas e médias empresas de menos de 50 empregados em 1999, e às pessoas de renda mais elevada em 2001;
a bolsa de solidariedade de férias: durante o ano de 2001, mais de 30.000 pessoas em situação social difícil tiveram a oportunidade de sair de férias na França graças a esse dispositivo. A bolsa de solidariedade de férias foi criada em 1999, em conseqüência da lei de luta e prevenção contra a exclusão. Ela reúne empresas privadas da área do turismo, associações de turismo social e associativo e comitês de empresas, as empresas públicas de transportes, as coletividades locais e territoriais e a Agência Nacional do Cheque de Férias. Os ministérios encarregados da Juventude, dos Esportes e das Questões Sociais associaram-se a essa iniciativa. O princípio consiste em colocar à disposição, a um baixíssimo custo, uma oferta de estadas a associações de caridade, comitês de desempregados ou centros comunitários de ação social para fazer com que famílias em dificuldade social possam ser beneficiadas;
o cheque de férias: criada em 1982, a Agência Nacional dos Cheques de Férias coloca à disposição dos assalariados de renda baixa o "cheque de férias", que lhes permite ter acesso a uma temporada turística e a uma série de atividades culturais e de lazer. O cheque de férias é comprado pelo empregado por uma pequena parcela de seu valor e é aceito pelos estabelecimentos de turismo: hotéis, restaurantes, etc. 5,6 milhões de pessoas utilizaram esse dispositivo em 2001 e 65 milhões de títulos foram emitidos. O acesso ao dispositivo do cheque de férias foi estendido às pequenas e médias empresas de menos de 50 empregados em 1999, e às pessoas de renda mais elevada em 2001;
a bolsa de solidariedade de férias: durante o ano de 2001, mais de 30.000 pessoas em situação social difícil tiveram a oportunidade de sair de férias na França graças a esse dispositivo. A bolsa de solidariedade de férias foi criada em 1999, em conseqüência da lei de luta e prevenção contra a exclusão. Ela reúne empresas privadas da área do turismo, associações de turismo social e associativo e comitês de empresas, as empresas públicas de transportes, as coletividades locais e territoriais e a Agência Nacional do Cheque de Férias. Os ministérios encarregados da Juventude, dos Esportes e das Questões Sociais associaram-se a essa iniciativa. O princípio consiste em colocar à disposição, a um baixíssimo custo, uma oferta de estadas a associações de caridade, comitês de desempregados ou centros comunitários de ação social para fazer com que famílias em dificuldade social possam ser beneficiadas;
o plano patrimônio: esse programa, lançado em 1990, permite a renovação das aldeias e casas familiares de férias administradas por órgãos sem fins lucrativos graças a ajudas para investimento.
No período de 1990-2000, 100.000 leitos foram beneficiados com esses créditos.
Como cerca de um terço desses leitos estão situados em zona rural, o plano patrimônio favorece uma distribuição mais equilibrada da oferta turística e dentro de uma boa relação custo/benefício.
o acolhimento de portadores de necessidades especiais: todo ano é realizada uma campanha para
o acolhimento dos portadores de necessidades especiais. Criado em 2001, um rótulo "tourisme et handicap" é atribuído aos estabelecimentos turísticos com as adaptações adequadas.
O rótulo "tourisme et handicap"
Os aspectos éticos
Em direção a um turismo racional e sustentável
A Organização Mundial do Turismo (OMT) prevê, para os próximos anos, a triplicação dos deslocamentos turísticos mundiais e a sua duplicação na Europa. Com o objetivo de manter esse fluxo e seu impacto econômico, social e ecológico, a França deu impulso a uma "política de desenvolvimento sustentável do turismo na Europa" durante a sua presidência européia em 2000. O encontro internacional de Paris, em 14 de março de 2002, "Turismo, ética e globalização" possibilitou a realização de um balanço dos progressos das instituições públicas e dos operadores turísticos (desenvolvimento dos locais protegidos, estudos de impacto dos projetos turísticos, associação da população local aos projetos, etc.) e das expectativas do público antes da realização da cúpula mundial de Johanesburgo para o desenvolvimento sustentável, em agosto de 2002.
O Governo francês lançou-se na elaboração de um código mundial de ética, definido pela OMT e aprovado em setembro de 1999 em Santiago do Chile. A tradução nacional desse código deu origem, em setembro de 2000, à Carta Nacional de Ética e ao rótulo "turismo e ética". Profissionais franceses comprometeram-se em respeitar o meio ambiente (recursos naturais, patrimônio natural e cultural, etc.), em associar as populações locais aos projetos turísticos, em respeitar as tradições da região de acolhida e em possibilitar o acesso à formação das pessoas empregadas.
O rótulo "tourisme et handicap"
Os aspectos éticos
Em direção a um turismo racional e sustentável
A Organização Mundial do Turismo (OMT) prevê, para os próximos anos, a triplicação dos deslocamentos turísticos mundiais e a sua duplicação na Europa. Com o objetivo de manter esse fluxo e seu impacto econômico, social e ecológico, a França deu impulso a uma "política de desenvolvimento sustentável do turismo na Europa" durante a sua presidência européia em 2000. O encontro internacional de Paris, em 14 de março de 2002, "Turismo, ética e globalização" possibilitou a realização de um balanço dos progressos das instituições públicas e dos operadores turísticos (desenvolvimento dos locais protegidos, estudos de impacto dos projetos turísticos, associação da população local aos projetos, etc.) e das expectativas do público antes da realização da cúpula mundial de Johanesburgo para o desenvolvimento sustentável, em agosto de 2002.
O Governo francês lançou-se na elaboração de um código mundial de ética, definido pela OMT e aprovado em setembro de 1999 em Santiago do Chile. A tradução nacional desse código deu origem, em setembro de 2000, à Carta Nacional de Ética e ao rótulo "turismo e ética". Profissionais franceses comprometeram-se em respeitar o meio ambiente (recursos naturais, patrimônio natural e cultural, etc.), em associar as populações locais aos projetos turísticos, em respeitar as tradições da região de acolhida e em possibilitar o acesso à formação das pessoas empregadas.
Reforçar a cooperação internacional
A França trabalha também para exportar sua experiência, principalmente para países do Maghreb, do Caribe, do Oceano Índico e da Ásia/Pacífico. A França acompanha os governos ou os grupos profissionais na organização e no desenvolvimento de seu sistema de formação para as profissões turísticas.
Os instrumentos nacionais da política de turismo
O ministério encarregado do Turismo dispõe de uma administração central, da Direção do Turismo e de órgãos satélites financiados em grande parte pelo Estado. A Direção do Turismo exerce o papel de coordenador e animador e traduz as orientações governamentais em termos técnicos. O orçamento para 2002 é de 80,9 milhões de euros. As regiões e o governo também aplicam recursos no turismo por meio de contratos de planejamento com a duração de cinco anos ou de convenções inter-regionais. O total dessas intervenções chega a 19,06 milhões de euros para 2002 (203,3 milhões de euros para o período de 2000-2006).
Órgãos associados
O Conselho Nacional do Turismo (CNT): O CNT é um órgão consultivo de aconselhamento e prospectiva. Ele é presidido pelo ministro encarregado do Turismo e reúne profissionais, representantes políticos e responsáveis dos diferentes órgãos ligados à atividade turística.
Maison de la France: criada em 1987, ela é encarregada da promoção turística do território francês no exterior. Ela reagrupa o Estado, as administrações das coletividades territoriais e o setor privado. Seus 31 escritórios estão implantados em 26 países. A contribuição do Estado para seu funcionamento é de 27,44 milhões de euros para 2002. Uma dotação excepcional de 4,5 milhões de euros financiou uma parte da campanha mundial de promoção da França realizada em fevereiro e março de 2002.
A Agência Francesa de Engenharia Turística (AFIT): agência técnica criada em 1993 que reúne nove ministérios, estabelecimentos públicos, coletividades locais, federações e associações de toda espécie. Ela realiza estudos sobre a oferta, sobre os mercados e trabalhos de divulgação da experiência em prol do desenvolvimento territorial. O Estado contribui para seu financiamento com 1,94 milhão de euros em 2002.
O Observatório Nacional do Turismo (ONT): complementar ao dispositivo público de observação estatística, ele colhe informações visando melhorar o conhecimento da atividade turística e coloca-as à disposição dos profissionais da área. O Serviço de Estudos e Organização Turística da Montanha (SEATM) conduz, em parceria com a AFIT, programas de engenharia turística apropriados à montanha e a tudo o que lhe diz respeito.
Para mais informações:
Ministério encarregado do Turismo:
O essencial da atualidade referente às atividades turísticas, dossiês, balanços econômicos, publicações, relatórios, etc.
Maison de la France:
O primeiro portal oficial do turismo francês: todas as informações sobre a oferta turística na França.
Agência Francesa de Engenharia Turística:
Informações detalhadas sobre as atividades e a experiência em matéria de engenharia turística.
Observatório Nacional do Turismo:
Dados essenciais sobre o turismo, lista das publicações, obras essenciais da produção turística, etc.
Agência nacional para os cheques de férias:
Tudo sobre o dispositivo cheques de férias.
Federação Nacional dos Escritórios de Turismo e dos Sindicatos de Iniciativa:
Federação Nacional dos Comitês Departamentais de Turismo:
Federação Nacional dos Comitês Regionais de Turismo:
Distribuição regional dos turistas franceses e estrangeiros em 2000
(por diárias, em hotéis classificados)
Turismo – parceiros regionais.
Distribuição regional das diárias na França metropolitana na hotelaria classificada (em 2000).
Turismo – parceiros regionais.
Distribuição regional das diárias na França metropolitana na hotelaria classificada (em 2000).
O turismo de ultramar
Em 2000, as Antilhas Francesas (Martinica e Guadalupe), a Guiana, a Reunião, a Nova Caledônia, a Polinésia Francesa e Wallis et Futuna receberam 1,6 milhão de turistas, 80% dos quais eram franceses.
O turismo gera 32.000 empregos diretos nos territórios e departamentos ultramarinos.
Fonte1: Embaixada da França
Fonte2: Secretaria de Estado para o Ultramar.
maio de 2002
Fonte2: Secretaria de Estado para o Ultramar.
maio de 2002
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